Nº de inventário: 10.592 e 10.593
Comprimento: 4,2 cm;
Largura: 3,5 cm;
Altura: 1,4 cm
Em 25 de abril de 1895, o então presidente do conselho de ministros, Hintze Ribeiro, fez desaparecer por decreto as 69 fábricas espalhadas pelo continente e ilhas adjacentes, onde se produziam palitos fosfóricos em péssimas condições de segurança e de higiene – os materiais utilizados eram facilmente inflamáveis e fortemente tóxicos. A exclusividade do fabrico de acendalhas e palitos ou pavios fosfóricos, foi então dada à Companhia Portugueza de Phosphoros que abriu duas fábricas de grande porte; uma em Lordelo do Ouro, no Porto, e outra na rua do assucar, no Beato, em Lisboa.
E tudo porque nas precárias condições de segurança em que se manuseavam estes materiais altamente inflamáveis sucediam-se, em todo o país, situações de pequenos e grandes incêndios, alguns provocando vítimas humanas e elevados prejuízos materiais, dado que, grande parte destas fabriquetas se encontravam instaladas em pequenas lojas “roubadas” aos animais existentes nas próprias habitações. Doze a dezasseis horas de trabalho diário em ambiente de perigo e de inalações tóxicas constituía elevado risco que levava até à morte.
Este monopólio concedido por 30 anos, vigorou desde 1895, entrou pela República, vindo a terminar em 1925.
Foi criada então uma grande empresa – a Fosforeira Portuguesa - e em 1926 outras se lhe juntaram.
Fabricavam-se duas espécies de fósforos: de pau e de cera, sendo estes de melhor qualidade, podendo até ser “riscados” nas pedras ou na lixa áspera colada nas respetivas embalagens.
As duas caixas que hoje divulgamos foram fabricadas ainda no tempo da monarquia pela Companhia Portugueza de Phosphoros, uma na fábrica de Lisboa (a da esquerda) e a outra na do Porto. O seu pavio é de linha de algodão embebida numa mistura de cera e estearina e a cabeça, branca, dá garantia de acender com facilidade.
Cada caixa contendo 35 a 40 fósforos custava dez réis. Com a chegada da República e a inflação enorme havida no Portugal desse tempo, por causa da guerra de 1914 a 1918, passou a custar 4 centavos (40 réis) e depois 5 centavos.