Nº de inventário: 2788;
altura: 6,1 cm;
diâmetro: 3,2 cm
A descoberta da penicilina é, a nosso ver, uma das mais importantes da humanidade, pois permitiu lutar com êxito contra doenças até então quase invencíveis – as que se deviam à ação das bactérias que nenhum medicamento dominava até então. Coube ao escocês Alexandre Fleming a oportunidade de, em 1928, descobrir este extraordinário bactericida, ainda que por acaso. De aperfeiçoamento em aperfeiçoamento, pelas necessidades da guerra iniciada em 1939, foi em 1941 experimentada em humanos, com surpreendentes resultados. Daí que, em 1945, tenha dado origem à atribuição do prémio Nobel.
No final dos anos de 1940 a penicilina usava-se em Portugal com grande sucesso. O médico passou a poder curar inúmeras doenças até aí difíceis de tratar. O único óbice era o seu preço – 50 escudos por dose, o equivalente a mais ou menos 10 dias de trabalho de um trabalhador rural da época.
O autor destas linhas deve também favores a este medicamento. Vá que a sua injeção na nádega era dolorosa, o seu custo era alto, mas a brevidade com que se passou a deixar a cama em qualquer caso de sarampo ou outra febre elevada, não era comparável com os tratamentos convencionais que amarravam à cama por dias e dias, quando não semanas ou meses.
Além disso, os frasquinhos com rolha de borracha onde o furinho da agulha ficava a lembrar as desagradáveis picadelas, era uma bela prenda para os meninos daquele tempo guardarem anilinas ou cola de cerejeira.
No nosso museu guardamos, com muito carinho, muitos destes frasquinhos, alguns ainda cheios com velhas anilinas de água para colorir fotografias. Hoje, com muito gosto, os trazemos ao conhecimento de quem se interessa pelas coisas da cultura.