Nº de inventário: 9971;
altura: 22cm;
diâmetro: 22,4cm
De longa data a calçada tem tradição em Portugal. Nos centros históricos das cidades e vilas mais antigas, ainda hoje se pode apreciar a calçada de granito ou de calcário, feita com a aplicação de pequenas peças, de tamanhos irregulares, muitas vezes incorporando também calhau rolado que, frequentemente, ainda vamos encontrando por aí.
A calçada de pequenas peças calcárias brancas, aplicadas conjuntamente com outras negras, calcárias ou basálticas, constitui aquilo a que vulgarmente se chama calçada portuguesa e marca positivamente o chão de muitas cidades como é o caso relevante de Lisboa onde praças e passeios exibem desenhos complicados, bonitos e muito apreciados.
A sua aplicação, baseada nos mosaicos romanos, nasce no tempo do rei D. Manuel I e, depois do terramoto de 1755 são também aproveitados restos das ruínas desse tempo para calcetamentos. A execução destes trabalhos, incluindo os de cubos ou paralelepípedos graníticos, tão vulgares nas nossas beiras, é lento e fisicamente exigente para quem o faz. Dias e dias debruçado sobre o chão, de joelhos ou em posição semelhante, o calceteiro tem de procurar defender-se. Assim, alguns recorrem a proteções para o joelho que habitualmente poisa no chão e outros socorrem-se de um pequeno banco de madeira. Todavia, não é cómodo um banco que se fixe ao chão e não facilite a necessidade permanente de trabalhar à esquerda e à direita, um pouco mais à frente ou mais atrás. Eis a solução: um banco de uma só perna que permite toda a mobilidade do calceteiro. O equilíbrio é como andar de bicicleta: aprende-se.