Nº de inventário: 8536;
comprimento 6,5 cm;
largura 1,7 cm;
altura 1,1 cm
A navete é uma pequena ferramenta própria para fazer renda, uma renda especial chamada frioleira, expressão quase sempre usada no plural – frioleiras.
A linha que se usa é a vulgar linha de croché, de preferência muito fininha para determinar trabalhos finais de grande delicadeza. Trata-se de um tipo de renda já entre nós caído em desuso, utilizado sobretudo para golas, entremeios e outros ornamentos.
Quando se pretendia um trabalho final com duas cores, a rendilheira servia-se de duas navetes que usava segundo o seu critério e gosto, com as linhas presas simultaneamente à mesma renda.
A navete que hoje trazemos como peça do mês é feita de osso de baleia, foi recolhida na região de Viseu, e a sua idade deve situar-se à volta de um século, a avaliar pela(s) pessoa(s) que a utilizaram.
Fazer frioleiras obriga ao uso de ambas as mãos, a esquerda para segurar a linha e apertar os nós e a direita para manobrar a navete, dando sempre nós aos pares, um quando entra por cima e outro quando sai por baixo do fio comandado pelos dedos polegar e médio.
Este trabalho faz lembrar o dos pescadores com as suas redes, pelo que se pensa que as frioleiras terão aparecido nas zonas piscatórias antes de conquistarem outros apreciadores e fazedores.