Nº de inventário: 6296;
comprimento 60,3cm;
largura 40cm
No passado, a morte de alguém trazia sempre consigo, nas famílias e amigos, para além de sentimentos particulares, um conjunto de obrigações. E, delas, uma das mais importantes, via-se na forma de trajar. Consoante o grau de parentesco com o falecido, assim as regras, os costumes, impunham comportamentos. Para as viúvas, luto para o resto da vida. Para pais e filhos um ano, quando não dois, de acordo com o costume local. Para parentesco mais afastado traje preto durante menos tempo. Com exceção das viúvas, todo o tempo era dividido em duas partes, normalmente, de igual duração: luto “carregado” e luto “aliviado”. Luto “carregado” significava uso de vestimenta totalmente preta; luto “aliviado” permitia que, a partir da segunda metade, se fossem usando, a pouco e pouco, algumas peças mais claras – a blusa, o avental, o lenço. Os amigos e todos quantos se integravam nas cerimónias próprias do funeral, deviam fazê-lo sempre de fato preto.
Algumas vezes, a morte deixava algumas mulheres aflitas por não terem roupa adequada. Então, com a sua capacidade de improvisação, rapidamente se chamava a costureira que, prontamente, confecionava uma blusa constituída apenas pela gola, pela parte da frente e com um atilho que apertava debaixo dos braços e, às vezes, também na cintura. Com xaile pelas costas ou casaco se se tratava de gente rica, estava solucionado o problema. É uma dessas a peça que apresentamos este mês.