Nº de inventário: 10.307;
comprimento: 6,8 cm;
largura: 4,3 cm (na base);
hélices: 7,5 cm
O leque tem uma vida longa de muitos séculos.
Inicialmente grande, era manejado por escravos que não tinham outras funções senão, em tempo de calor, refrescar o seu senhor ou as damas da família, sobretudo em momentos de grandes cerimoniais. Que honra não era a de poder abanar o faraó. E abanar a esposa enquanto esta dormia era uma enorme prova de amor dada pelo marido.
Bem diferentes dos de hoje, para além de grandes, os leques eram pesados. Cobertos de penas, de seda, de cetim, de rendas, não se podiam fechar. Assim se usaram no Egito, na Grécia, na Assíria, em Roma, na Índia, na China e em outros países do mundo de então.
Os cruzados encontraram-nos no Médio Oriente nos séculos XII e XIII. Mas foi a China, pelo século VII que lhes introduziu a grande melhoria de poderem ser fechados, inspirando-se os seus criadores nas asas do morcego que também abriam e fechavam.
Da China passaram ao Japão onde os Portugueses os foram encontrar, passando desde logo a fazer parte dos produtos orientais comercializados na Europa a partir do princípio do século XVI. No entanto, há quem afirme terem sido os padres jesuítas e não os comerciantes a difundi-los entre nós.
O leque e a maneira delicada com era usado, deixa na mulher que o usa uma marca de mistério e sedução.
A evolução da indústria e a procura de novos produtos comerciáveis levou à criação de uma ventoinha, para substituição do leque, de pequenas dimensões, capaz de ser facilmente guardada nas bolsas das senhoras para utilização sempre que necessária – a ventoinha de funcionamento mecânico (a utilização de pilhas ainda estava bem distante) de três pás de osso de baleia, capazes de abrir e de fechar. Para a fazer funcionar bastava apertar, sucessivas vezes, a patilha metálica inferior.
Esta é a peça que desta vez divulgamos junto dos amigos que ainda têm paciência para nos ler.