Nº de inventário: 10.787;
Comprimento: 13 cm;
Largura: 3,5 cm
Fala-se que os sapatos foram inventados no final do paleolítico a partir da curtimenta das peles dos animais.
Os egípcios, há cerca de seis mil anos, os fabricavam em quantidade e variedade. Não exatamente como os conhecemos hoje, mas com a mesma finalidade – proteger os pés e compor a vestimenta. Mais parecidos com as sapatilhas, inicialmente, o do pé direito era semelhante ao do pé esquerdo. A diferenciação só muito mais tarde veio a acontecer.
Foi já no século XIX que, com a descoberta da máquina de costura, a fabricação de sapatos melhorou em quantidade e beleza. Todavia, como desde há muitos séculos, o seu uso significava ocupar uma posição social de privilégio.
Por outro lado, o povo mais humilde, designadamente, o povo rural, preferia continuar de pé descalço, pé largo, de pele inferior transformada em verdadeira sola. Ter um calçado era um luxo; mas usá-lo era um sacrifício. Por isso, alguns o exibiam como um troféu que transportavam na mão, ao ombro ou à cabeça e de que se serviam apenas quando e onde as leis impunham o seu uso.
Daí que a utilização da calçadeira não tenha nada a ver com o povo português, porque, a existirem, as botas, os tamancos ou as chancas eram sempre bastante folgadas, dispensando aquele utensílio sem o qual, as senhoras que, querendo mostrar um pé pequenino, compravam os sapatos demasiado apertados. Então, a calçadeira aparecia para cumprir a sua função.
Havia calçadeiras dos mais diferentes materiais, mas as mais resistentes eram as metálicas, muitas vezes com comprida e elegante haste de madeira para facilitar o seu uso às senhoras que não podiam ou não queriam baixar-se.
A peça que hoje vos trazemos é de metal amarelo, cromada e decorada com motivos florais e duas pombas. A pequena curvatura na extremidade mais estreita permite uma fácil preensão e um bom uso.