Nº de inventário: 8998;
Comprimento 114cm;
Largura 121cm
Nas vida das famílias, o nascimento dos filhos sempre foi um momento especial, mesmo quando, no passado, as crianças nasciam em grande número, acrescentando sérias responsabilidades a muitos agregados familiares.
Outro momento de grande significado era o dia da sua entrada na grande família cristã que, ao tempo, deveria fazer-se no prazo máximo de trinta dias após o nascimento. A elevada mortalidade infantil fazia com que a Igreja, atenta, impusesse prazo apertado, para que ninguém corresse o risco de, como dizia o povo da Beira, morrer moirinho (os mouros sempre tiveram as costas largas para explicar o desconhecido, o incompreensível ou a desgraça).
O dia do batizado era, pois, um dia assinalado, de grande festa para os mais ricos, de festa menor para os mais pobres; mas de festa.
O vestido, muitas vezes reutilizado para os irmãos mais novos, era sempre uma peça especial. Aos pobres cumpria à madrinha oferecê-lo, sobretudo quando pertencia a classe social superior, situação frequente na nossa região.
O vestido que hoje divulgamos é feito de seda pura, adornado em baixo, na sua grande roda, com larga e finíssima renda de ponta. Como se vê, ao contrário do que se possa pensar, nem sempre era branco o vestido de batizado. Estamos a falar de uma peça de 1851, oriunda de família abastada e recolhida na freguesia de Silgueiros, do concelho de Viseu.