Nº de inventário: 4504;
altura 63cm;
largura 34cm
O cereal era a produção agrícola mais importante do povo português. Cultivado em todo o país, diversificava-se consoante as caraterísticas dos solos e da pluviosidade nas diversas regiões.
No norte e centro o milho constituía a principal produção; o centeio e até o trigo apareciam também por aqui. Mas, nota importante, todos serviam para o fabrico do pão, o pãozinho de Nosso Senhor, como se lhe chamava, elemento “sagrado” em todas as mesas a quem se prestavam honras especiais e se dedicavam cuidados particulares: nunca se espetava com o garfo, nunca se guardava de lar para cima, não se desperdiçava uma migalha que fosse. Pedacinho que caísse ao chão era rapidamente apanhado, soprado para retirar a sujidade, beijado com respeito e comido com satisfação.
A taleiga era o saco feito de tecidos diversos onde se transportava o grão ao moinho e onde, no regresso, paga a maquia, religiosamente se guardava a farinha.
A taleiga que hoje constitui a peça deste mês é uma pele de cabra, inteira, retirada por quem sabia fazer este trabalho sem a ferir para que, sem o mais pequeno orifício, pudesse bem cumprir a sua função, garantindo não haver perda do mais pequeno cibalhinho daquele pó único, garantia de felicidade na família.