Nº de inventário: 3582;
altura 6cm;
largura 3cm
Os brinquedos de menino, no passado, tinham a marca de, na sua maioria, serem feitos pelas próprias crianças. O mercado não era muito abundante, as possibilidades económicas das famílias eram bem reduzidas e, para compensar, a imaginação criadora e os materiais disponíveis, por mais simples que fossem, estavam ali à mão e satisfaziam as exigências.
O brinquedo que desta vez desejamos divulgar é muito simples e de aquisição no mercado. Constituído por apenas duas peças, uma espécie de concha, de lata, que serve de caixa de ressonância, e uma fita retangular de aço encaixada nessa concha, com um “refego” circular ao centro que permite que essa fita quando pressionada na ponta produza um som caraterístico – clic – e outro um pouco mais grave – clac – quando a pressão termina.
O curioso é que este singelo brinquedo foi companheiro dos milhares de soldados dos Estados Unidos, da Inglaterra e do Canadá que, com a ajuda de mais de 10 mil aviões, 1200 navios de guerra e milhares de paraquedistas, desembarcaram na Normandia no dia D, o dia 6 de junho de 1944, na guerra contra os nazis.
Durante a noite, num avanço lento e muito difícil, contra o arame farpado, as minas, os canhões e os soldados inimigos, era preciso encontrar uma forma de identificar os vultos visíveis por ali. Se ao clic-clac emitido correspondesse outro clic-clac, então o vulto era amigo. Se não houvesse resposta, tratava-se de inimigo que era preciso abater.
E eis como este pequeno e singelo brinquedo de meninos, secretamente distribuído aos soldados, há setenta anos, contribuiu no campo de batalha para a vitória dos aliados na guerra de 1939 a 1945. Quem havia de dizer...