Nº de inventário: 10.162;
comprimento: 32cm;
largura: 26,5cm;
altura: 13,5cm;
A peça que selecionámos para este mês não vem do povo com as caraterísticas que marcam os documentos etnográficos. Todavia, pela sua raridade e marcas, decidimos trazê-la aos amigos e estudiosos com quem comunicamos mensalmente.
Trata-se de um chapéu que pertenceu ao Dr. António de Oliveira Salazar e que este usou por ocasião da Exposição do Mundo Português realizada em Belém, Lisboa, no ano de 1940.
Chapéu de extraordinária qualidade quer no feltro, quer no forro, quer nos acabamentos, apesar do uso, da idade e da forma defeituosa como foi guardado até chegar à guarda do nosso museu, foi confecionado em Londres na famosa casa Lock & C.º Lda Hatters, em S.t James Street, fundada em 1759. Os pormenores de fabrico continuam ali marcados e definem a excelência do produto final: tamanho 6 e 7/8, feitio 629, cor preta, número 2473.
Sabemos que o ditador não ia a Londres para comprar um chapéu, pois as viagens nunca foram o seu forte; mas o seu amigo Dr. Jerónimo Lacerda, médico diretor da Estância Sanatorial do Caramulo, nas suas viagens à capital da Inglaterra se encarregava de lhe fazer estas gentilezas.
E, certamente, o Dr. Salazar não precisava de possuir muitos exemplares, visto que o seu sentido de poupança e a qualidade inexcedível de cada um lhe determinavam uma longa e indeformável vida.
Não é difícil encontrar, em publicações recentes ou daquela época, algumas fotografias dos anos de 1940 onde este chapéu se pode ver.