Nº de inventário: 3110;
comprimento 19,4 cm;
largura 5,2 cm
“Bigode é o conjunto de pelos que nascem no lábio superior; como este está dividido ao meio pela goteira subnasal, o bigode apresenta duas partes simétricas, uma de cada lado, pelo que se emprega muitas vezes o plural “bigodes”, assim escreveu Mestre Leite de Vasconcelos.
Nesse tempo, havia bigodes bem diferenciados e denominados segundo a região do nosso país: no Algarve, begode, begodão e bigodelha; no Alentejo bigode-estopa ou lã de ovelha para os mal tratados; mas também havia bigodinho, bigodeira, bigode-latão para o de guias compridas, e vassoira para os mais fartos. Os mais cuidados podiam ser torcidos ou retorcidos, de guias levantadas ou descaídas, de refilão com as guias muito levantadas e retorcidas.
Para a proteção de bigodes mais “trabalhosos” usava-se, para dormir, a bigodeira que era uma curiosa tira de couro, camurça ou seda que se prendia às orelhas com uma fita.
De acordo com o gosto pessoal, assim as guias ou pontas do bigode eram tratadas: com um pouco de saliva aplicada com as pontas do polegar e do indicador ou, para homens mais exigentes, com o frisador que, aquecido em lamparina de álcool, torcia a gosto e de forma mais duradoura o bigode mais exigente.
A peça deste mês é um destes frisadores com a mola pensada para apertar naturalmente as duas hastes metálicas, facilitando deste modo o trabalho de quem o utilizava.