Concluído, benzido e inaugurado o cemitério ocidental de Silgueiros, levantava-se o grave problema da grande distância a que se situava a igreja paroquial agravada pela dispersão das povoações da freguesia. Tornava-se, por isso, necessária e urgente a construção de uma capela no próprio cemitério que permitisse a adequada realização dos atos religiosos.
Partiu do presidente da Junta, padre João Rodrigues Xavier, a proposta para essa edificação, na sessão de 14 de Outubro de 1906. Aprovada pelos demais elementos, logo se pensou na forma como se poderiam encontrar os meios financeiros para a sua efetivação, tendo sido por todos reconhecida uma grande dificuldade. Assim, só em Janeiro de 1910 se decidiu o início das obras respeitantes a escavações, alvenarias e cantarias.
Feito o respetivo desenho e caderno de encargos, veio a proceder-se à abertura das respetivas propostas no dia 30 desse mês de Janeiro. Abertas as mesmas apresentadas em carta fechada, foi feita a adjudicação a António Marques dos Santos da Adiça, Tondela.
Depois de concluídas, importaram aquelas obras na quantia de 505$678 réis.
Faltavam agora os trabalhos de carpintaria, ferragens e vidros. Vieram a ser adjudicados, em 17 de Dezembro de 1911, ao mestre carpinteiro António Pais Teixeira, de Loureiro de Cima, pela quantia de 193$500 réis. Tudo somado, teremos então que a capela do novo cemitério ficou em 699$178 réis.
A título de curiosidade refira-se que as enormes árvores situadas no exterior do cemitério, bem como as japoneiras existentes no interior foram plantadas no Inverno de 1910. Destas últimas, algumas tiveram de ser substituídas cerca de um ano depois, por terem secado. As do exterior sobreviveram, sempre de boa saúde. Hoje, com mais de um século, elas ali estão com uma soberba pujança desafiando o tempo e as circunstâncias.
António Lopes Pires