Nº de inventário: 8958;
comprimento 26,5 cm;
largura 4,7 cm
As senhoras ricas para certos momentos e situações usavam luvas a condizer com o fato dos grandes dias. Para o povo simples e de mãos calejadas era uma admiração esta necessidade ou costume. Coisas de gente rica...
Nas nossas buscas recolhemos luvas de algodão, de renda, rendadas, brancas, cinzentas, castanhas, pretas. A partir de certa altura, apareceram também as de pelica, brancas, castanhas, pretas. As mãos de certas senhoras eram muito elegantes, de pele e dedos bem fininhos. Por isso, os fabricantes iam produzindo luvas de mãos e dedos incrivelmente estreitos, a condizer com as exigências das suas clientes. Porém, em alguns casos, os dedos das luvas eram de facto demasiado apertados. Não falamos das de algodão, mas das de pele. E por serem muitas e infrutíferas as tentativas para as calçar, era obrigatório recorrer a algo que as pudesse alargar. Referimo-nos a esta “tesoura” de madeira pensada para abrir quando fosse apertada. Bastava introduzi-la na luva, apertar o bastante e as vezes suficientes, e pronto. Aí ficavam as luvas à medida dos desejos da sua utente. No entanto, calçar e descalçar continuava a ser tarefa difícil e demorada. Por isso, a etiqueta mandava que a senhora, ao contrário do homem, não devia descalçar as luvas para cumprimentar quem quer que fosse, ficando assim resolvida esta enorme dificuldade.